segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Viagem de Théspis

"A última palavra é a que fica, a última palavra é a palavra do poeta.
As últimas palavras de Goëthe: 'Deixem entrar a luz'..."

domingo, 10 de julho de 2011

Noite abençoada

Guardo em mim, hoje, grande e inevitável paixão.
Amor calmo e tranquilo, mas não menos arrebatador do que um turbilhão que num único rompante quebra todos os alicerces. Perco o jeito, esqueço a fala, não sei onde colocar as mãos; procuro bolsos, cruzo os braços... Não sei.
Uma admiração profunda, um carinho inenarrável.
Escondo-me, entretanto; talvez por covardia, mas nunca neguei ser adepto da fuga adiantada e do escape repentino.
Escondo-me pois assim é mais confortável para mim. Daqui de onde estou posso me dar aos luxos do amor, um amor não correspondido que me faz tão bem.
Não desejei nunca, por mais de um segundo, tê-la para mim. Espírito livre que é, sua beleza reside na leveza.
E quem diz que não a tenho é louco ou idiota. Olhei seu rosto o bastante para imprimi-lo em minha memória e assim, alegremente, pego-me a recordar de suas feições de vez em quando. Ando remoçando, cantando sem saber por quê.
Todos deveriam, ao menos uma vez em suas vidas, ter um amor assim. Algo tranquilo, sadio, forte e inegável. Um rosto belo e amado para se lembrar de vez em quando, para trazer mais luzes para um dia cinzento.
Um carinho fraternal que se lhe faz melhor por vê-la e vê-la sorrir.

Ainda preciso descobrir o jeito natural, a fala neutra e onde colocar as mãos. Só isso.