quinta-feira, 23 de junho de 2011

20/06

Busquei durante muito tempo a experiência da palavra. Precisei os sentidos e emoções que me despertavam.
Estudei seu silêncio e quis despi-las de toda subjetividade. Busquei a palavra suprema e não a encontrei.
Apresenta-se agora a mim o teatro, eu me entrego a ele. O Teatro como força unificadora de tudo o que sou (e que opto abandonar).
Sinto agora o silêncio e a palavra do corpo. Mecanismo-corpo, corpo-instrumento. Saudação livre de um universo que descubro agora.
Ao longo de minha rotina diária dou-me mais ao calar, como natural exercício de consciência, um novo olhar para o mundo. Querer precisar a ressonância de minha voz. Significar em todo som - ou nas ausências deles.
A relação do vazio me encanta.
Descorporizar os membros do espaço (no espaço).
Ver o gesto pequeno, a ligação cega entre o todo que cerca o tudo. A beleza de show minimalista grandioso.
Suspeito de tudo que se move e do que se esconde além do estático.
Forma, não-disforme, força de realidade.
É momento de morrer, limpar o corpo de meus maneirismos, buscar o essencial dessa nova ferramenta na qual todo eu-mesmo se aprisiona.
A palavra agora pode esperar mais um trago ou gole, ou olhar; hei de livrar-me dela, abandonar-me dela, integrar o som puro para, só então, reintegrá-la, já mais simples e estreita. Palavra nua, corpo nu. Essencial.

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